domingo, 30 de março de 2008

Meu pai me ensinou

Republico:

MEU PAI ME ENSINOU

Já se passaram mais de sete décadas...

Recordo-me com muita satisfação de fatos freqüentes em minha infância. Um deles é o seguinte:

Eu e meu irmão mais velho, Diló, que atualmente reside no bairro da Serra, em Belo Horizonte, éramos garotos sadios, e espertos. Às vezes fazíamos trapalhadas, pois jogávamos pedras com “estilingue” (bodoque) no telhado dos vizinhos. Mas... isso já passou, deixa pra lá.

Nosso pai, conhecido como Sô Ilidinho, era comerciante. Diversas vezes, durante a semana, nos acordava pela manhã, bem cedinho, com o dia ainda escuro e nos convidava para sair à rua, a fim de achar dinheiro (pratinhas). Explicava que alguma pessoa poderia ter perdido alguma moeda, durante a noite. Caminhávamos, então, em direção à parte onde o comércio era mais movimentado no período noturno.

Importante: sempre achávamos dinheiro! Era comum encontrar duas a quatro pratinhas. Como era gostoso abaixar e apanhar aquelas moedas.

Antes de voltar pra casa, papai nos conduzia às margens do rio Piracicaba que, na época, tinha águas cristalinas. Descalços, entrávamos no rio e nos ensinava a nadar. Que delícia!

Eu e o Diló deitávamos na água e papai, com a palma da mão debaixo de meu queixo, mantinha minha cabeça fora d’água para que aprendesse a boiar, movimentar os pés e braços, enfim, aprendesse a nadar. Claro que aprendi. Diló, igualmente: como nadávamos bem!

Chegando em casa, nossa mãe, Nhanhá, colocava 2 ovos de galinha caipira a esquentar, um pra mim outro para o Diló. Em seguida, servia-nos café-com-leite e pão com manteiga. Que saudade de meus pais!!!

Depois que me tornei adulto, pensei:

- Seria o próprio papai quem jogava as moedas para a gente encontrá-las? Seria esta a sua maneira de nos acostumar a levantar sempre bem cedo?

Se assim foi, conseguiu o objetivo.

Todo fim de semana, eu, Diló e outros companheiros nadávamos no Piracicaba, que era bem mais profundo e limpo do que hoje.

O lugar predileto para entrada no rio era exatamente onde agora está a Ponte dos Arcos, da qual falei outro dia. Em nado de braçadas, alcançávamos a outra margem, 50 metros abaixo. Após um pequeno descanso, nadávamos de volta até o meio do rio. Daí, em nado de costas, a água nos levava até um local próximo à atual ponte Eliezér Batista, exatamente onde existia uma praia de areia bem branquinha, na qual brincávamos a valer.

Depois, caminhando rio acima, alcançávamos novamente o ponto inicial. Caíamos então na água, nadando de braçadas para a outra margem, mais próxima à nossa casa.

sábado, 15 de março de 2008

Como viver a Quaresma

Tenho em mãos, um recorte do jornal Estado de Minas, onde Felipe Aquino, professor, teólogo, fez publicar uma crônica, a qual tenho o grato prazer em transcrever nesse cantinho.
A quaresma é um tempo especial em que a Igreja Católica nos convida a preparação para a maior solenidade do ano litúrgico: A Páscoa de Jesus, sua ressurreição, a vitória da vida sobre a morte, da graça sobre o pecado. Cristo jejuou e rezou durante 40 dias antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto, e nos ensinou a vence-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a igreja quer nos ensinar como vencer as tentações de hoje. Dai, surgiu a quaresma, que teve início na quarta feira de cinzas quando os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na missa. O significado desse gesto é lembrar que um dia a vida termina neste mundo, que voltamos ao pó.
Por causa do pecado, Deus disse a Adão: És "pó, e ao pó tu hás de tornar" (Gênese 2.19)
A Igreja recorda que estamos de passagem por esse mundo e que a vida de verdade começa depois da morte. As cinzas nos lembram que, depois da morte prestaremos contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens etc. Esses 40 dias são um tempo forte de meditação, oração, jejum, de fazer caridade. São práticas que a Igreja chama de remédios contra o pecado.Trata-se de um tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os evangelhos, a vida dos santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, cigarro, bebida, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc), com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer a fraqueza da carne.
Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espirito. Não é a valorização do sacrifício de maneira mazoquista, mas pelo fruto da conversão e fortalecimento espiritual que ele traz. Quaresma é um tempo de rever a vida e abandonar o pecado. (orgulho, vaidade arrogância,ganância, pornografia, sexismo, ira, gula, inveja preguiça, mentira, etc.) , enfim, viver como Jesus recomendou: Vigiai e orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca.." Engana-se, entretanto, quem pensa que a quaresma é tempo de tristeza.Ao contrário, já que a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma. Santo Agostinho dizia: "Os teus pecados são tua tristeza, deixa que a santidade seja a tua alegria". A quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.
Uma confissão bem feita é o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a Confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da ressurreição. (jo 20.22) dizendo: "A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados". Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livres das misérias da alma e estar em paz com a consciência. Especialmente aqueles que a muito não se confessam. têm na quaresma uma graça especial de Deus para se aproximar do confessor e entregar a Cristo , nele representado suas misérias.
A Santa Missa também deve ser observada, porque é a prática de piedade mais importante da fé católica. Devemos participar, se possivel, todos os dias da quaresma. Na missa, estamos diante do calvário. É a atualização do sacrifício único de Jesus. A igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da missa "torna-se presente a nossa redenção",assim poderemos viver bem a quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com suas graças extraordinárias.
Fim
"Senhor", eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizeis uma só palavra e serei salvo.