Fundada por bandeirantes que estavam à procura de pedras preciosas, em
1705, foi denominado Arraial de São José do Buraco Fundo. Após a exaustão do
garimpo, surgiram as fazendas que se dedicaram à lavoura. Foi emancipada em
1938. Em 1940, passou a se chamar Presidente Vargas e no final deste mesmo ano
passou a ter o nome atual.
Desta região provém o Barão de São José da Lagoa.
História completa:
Em 1.703 o experimentado sertanista Antônio Dias de Oliveira fez sua
entrada no bravio sertão do Rio Doce. Em sua bandeira, vieram os irmãos
portugueses José e Antônio de Miranda. Oriundos da Vila de Mirandela, em
Portugal, de lá trouxeram apenas a fé e a esperança de conseguirem algo que lhes
compensasse os sofrimentos vividos na pátria.A Bandeira partiu de Taubaté, em
São Paulo.
Naquele tempo, a meta dos aventureiros era explorar novas terras, em
estafantes caminhadas mata a dentro, rompendo a selva agreste. Foi assim que
chegaram às imediações da hoje Estação Ferroviária de Desembargador Drumond,
(Drumond Velho)quando encontraram um pequeno rio, afluente do Piracicaba, que
batizaram como rio de Peixe. Ao colher água do rio, um dos Miranda encontrou no
fundo da vasilha, vestígios de ouro. Selando este segredo com seu irmão,
cuidaram de separarem-se dos companheiros, fixando residência no local, com o
objetivo de exploração do ouro. Antônio Miranda adquiriu as terras e construiu a
Fazenda Rio de Peixe, onde passou a residir.
Aumentando o seu patrimônio, adquiriu as sesmarias da Passagem, Pedra
Furada e Macacos. Seus fundadores, além de se dedicarem à extração de ouro de
aluvião, cuidaram de desenvolver trabalhos agrícolas e cultivo de cereais. As
primeiras e mais importantes fazendas, além da já citada, foram: Fazenda
Figueira, Fazenda Bom Jesus de Perdões e Fazenda da Barra do rio das Cobras,
mais tarde denominada Barra do Prata. Em 1.715, o então Governador da Capitania
Unida de São Paulo e Minas Gerais D. Braz Balthazar da Silveira, convocou uma
junta Governativa que determinou o pagamento ao governo de dez oitavas de
bateia, além de outras taxas já existentes. Dessa medida resultou a diminuição
da cata de ouro, pois a exorbitância dos impostos passou a asfixiar os
mineradores. O arraial foi elevado à categoria de curato em 1.832 passando mais
tarde a freguesia por Lei Provincial nº384, de 9 de outubro de 1848.
Seu primeiro vigário foi o Padre João Álvares Martins da Costa, apresentado
pelo Imperador Dom Pedro II ao Bispo diocesano, para que o confirmasse no cargo
de seu vigário colado. Padre João Álvares era tido como verdadeiro apóstolo do
Evangelho, cuja bondade "nunca teve férias". No início do século, o arraial
comemorava festas religiosas como o Dia de Reis, de São Sebastião, rituais da
Semana Santa, fogueiras, quentões, canjicas, batatas assadas, quadrilhas nas
festas juninas de Santo Antônio, São João e São Pedro, a Festa do Rosário, a
Festa do Divino, a Cavalhada no Curro e se praticavam o teatro e serestas.Em
1.932 inaugurou-se a Estrada de Ferro Vitória a Minas, que trouxe novos
horizontes para a vida econômica do distrito. Representava para as classes
produtoras, possibilidades de escoamento, pecuária, industrial e
comercial.
Em 1.936, foi inaugurada a estação da Estrada de Ferro Central do Brasil. O
arraial de São José da Lagoa pertenceu a Caeté, depois a Santa Bárbara, Rio
Piracicaba e, finalmente, a Itabira. Em 17
de dezembro de 1938, através do Decreto nº 148, o então
Governador de Minas, Sr. Benedito Valadares, assinou o ato de emancipação do
distrito, elevando-o à categoria de município, com o nome de Presidente Vargas.
Foi então nomeado o Primeiro Prefeito Dr. Nelson de Lima Bruzzi, natural de São
José da Lagoa, formado em Farmácia pela Escola de Farmácia da Universidade
Federal de Ouro Preto.
A instalação do novo município se deu em 1 de janeiro de 1.939, em
solenidades com grande entusiasmo popular. Na década de 40, grandes nomes
impulsionaram o desenvolvimento do nosso município. Além da capacidade e
determinação do jovem Prefeito Nelson de Lima Bruzzi, Presidente Vargas muito
tem a agradecer a José Coelho de Lima, na época Diretor do Grupo Escolar
Desembargador Drumond; ao Padre Pedro Maciel Vidigal, vigário e expressiva força
política local; Dr. José Moreira, engenheiro que fez estudos de base econômica
para o município e projeto de remodelação do serviço de abastecimento de água;
Dr. Leão de Araújo, que como chefe do Diretório Municipal de Geografia, elaborou
vários projetos de incentivação ao desenvolvimento econômico; aos fazendeiros
Arthur de Araújo, Joaquim Martins Guerra e José Máximo Bruzzi, (também
correspondente do Banco Mineiro da Produção) que zelaram pelo setor
agropecuário, oferecendo experiência e conhecimentos no setor.O primeiro Juiz de
direito da recém criada comarca foi o Dr. Domingos de Souza Novais, Promotor de
Justiça (adjunto) José Conrado de Miranda, Escrivão do Crime e Execuções Fiscais
foi o senhor Ilídio Clementino da Costa.
Pelo Decreto Lei nº 839, de 13 de junho de 1.942, o município passou a
chamar-se Nova Era, por sugestão do Governador Benedito Valadares e seu
Secretário de Fazenda, Dr. Ovídio de Abreu. A inspiração desse nome deveu-se à
crença de que uma nova era de progresso para todo o Vale do Rio Doce surgiria
com o Estado Novo, implantado por Getúlio Vargas.
Com a Lei Estadual Nº 2.764 de 30
de dezembro de 1962 foi desmembrado de Nova Era. o ex-povoado de
São Sebastião da Boa Vista. passando a condição de município e alterando sua
denominação para Bela Vista de Minas. A data de sua instalação foi em 1 de janeiro de 1963.
Atualmente conta somente com o distrito sede.
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