quinta-feira, 5 de abril de 2007

Travessia

Há algum tempo publiquei o post “Meu pai me ensinou”, no qual recordava alguns momentos inesquecíveis de minha convivência com meu pai, Ilidinho, no alvorecer de minha infância.
Entre outras coisas, escrevi:

Antes de voltar pra casa, papai nos conduzia às margens do rio Piracicaba que, na época, tinha águas cristalinas. Descalços, entrávamos no rio e ele nos ensinava a nadar. Que delícia!

Eu e o Diló deitávamos na água e papai, com a palma da mão debaixo de meu queixo, mantinha minha cabeça fora d’água para que aprendesse a boiar, movimentar os pés e braços, enfim, aprendesse a nadar. Claro que aprendi. Diló, igualmente: como nadávamos bem!

Todo fim de semana, eu, Diló e outros companheiros nadávamos no Piracicaba, que era bem mais profundo e limpo do que hoje.

O lugar predileto para entrada no rio era exatamente onde agora está a Ponte dos Arcos, da qual falei outro dia. Em nado de braçadas, alcançávamos a outra margem, 50 metros abaixo. Após um pequeno descanso, nadávamos de volta até o meio do rio. Daí, em nado de costas, a água nos levava até um local próximo à atual ponte Eliezér Batista, exatamente onde existia uma praia de areia bem branquinha, na qual brincávamos a valer. Depois, caminhando rio acima, alcançávamos novamente o ponto inicial. Caíamos então na água, nadando de braçadas para a outra margem, mais próxima à nossa casa.

Hoje, vejam vocês, posso provar que os ensinamentos de meu pai são úteis até hoje:
Durante as últimas férias de janeiro, meu filho Clóvis e sua esposa Consolação convidaram a mim e minha eterna namorada – Aparecida – para um passeio no litoral capixaba.

Foi quando tive oportunidade de demonstrar, como dois e dois são quatro, que as águas não são obstáculo para mim, nem rio nem mar.

Eis as imagens de minha chegada às praias de Barra do Saí (ES), após uma travessia heróica do Cabo da Boa Esperança (África) até as costas do Brasil. (Um pouco de exagero não faz mal a ninguém, não é?).

Obs. Agradeço ao Clóvis pela filmagem.