quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Caboquim sabidim

O caboquim cordô cêdo,
ispriguíçô,
lavô as mão na gamela,
limpô uzói,
sinxugô,
tomô café,
pegô a inxada,
sivirô pra muié
I falô:
- Muiééé,
tô inoprotrabaio.

Quano q'êle saiu da casa,

ao invêiz dií prá roça,
ele subiu num pé di manga
I ficô iscundidim.

Ele jatava disconfiado.

De repente
pareceu um negão,
e foi inté upé di manga
I nem si percebeu
q'o caboquim tava lá inrriba.
Pegô u'a manga...

chupô,
pegôta,
I mais ôta...,
I a muié du caboquim chegô
na janela e gritô:
- Póvim,

ele já foi!
I o negão largô as manga
I sinfurnô dendacasa du caboquim.
O caboquim, danado de ráiva,

desceu da árvre,
pegô um facão
e intrô na casa.
Quandele abriu a porta

ele viu o negão chupano
as teta da muié,
intonsi levantô u facão e falô:
- Vai morrêêêêê negão!!!

E num é cunegão

puxô um 38 da cintura,
I pontô pro caboquim falano:
- Por que eu vou morrer?
E o cabuquim:

- Uai cê chupô trêis manga
e agora tá mamando leite.
Assim tu vai morrê,

manga cum leite faiz mar, uai!!!