segunda-feira, 6 de outubro de 2008

CARMA, MOÇO!

Domingo à tarde, lá ia Seu Ponciano, fazendeiro das bandas de Valadares, dono de um dos maiores e melhores alambiques da região.
Lá ia ele com seu caminhãozinho 1951, bem estragado, quase sem freio, levando sua cachaça para as vendas do arraial.
Saiu da estradinha de sua fazenda, entrou na BR-116 sem poder parar, justamente quando passava uma BMW-2007.
Seu Ponciano bate de cheio na traseira daquela maravilha.
O paulista, doutor Evandro, dono da BMW, sai que é uma fera pra cima do Seu Ponciano.
- Carma moço, muita carma, fica brabo à toa, não, Sô! Já, já vamo arresorvê tudim, tudim...
- Resolve nada seu *&¨%$#!)(*+#$%, esta coisa aí não paga nem os pneus da minha máquina!!!
- Carma... já dissi qui a gente resorve tudim, tudim! Sô dono de alambique ali nos arredores de Valadares, Sô! Aqui, Sô Dotô, toma uma aqui da minha fazenda... é da boa... toma qui o sinhô vai si acarmá...
O Dr. Evandro acaba aceitando e toma uma.
Gosta.
- Acarmô?
- Acalmei nada!!!
- Intão bebe ôtra qui vai carmá... Teim aqui tomém um tira-gosto qui a patroa aperparô, uma paçoca de carne socada no pilão.
E assim foi.
Depois de uma meia dúzia de doses, o Ponciano torna a perguntar:
- Agora, Dotô, já carmô?
- Sim, agora sim! Vamos resolver esta questão!
- Isso! Dotô! Intão agora nóis vamu sentá aqui i chamá a puliça pra fazê o tar di bafômetro i vê quem tá errado!